Durante os nove meses de gestação a espera pelo momento de ver o bebê pela primeira vez é grande, assim como as dúvidas sobre como ele virá ao mundo. Muitas mães acabam tendo medo de optar pelo parto normal – ainda que ele seja o mais recomendado pela OMS por conter inúmeros benefícios tanto para a mulher, quanto para o recém-nascido.
No entanto, é comum que haja muita desinformação a respeito do parto normal, por isso vamos mostrar como o corpo inteiro da mulher trabalha para que esse processo aconteça da melhor forma – ao lado de uma equipe médica ou de obstetrizes e enfermeiras obstetras para auxiliar.
Como perder o medo de dar à luz: informações
1. O que é parto normal: é preciso entender!

O parto normal nada mais é do que o nascimento que acontece por via direta da vagina. Segundo o ginecologista Dr. Alberto Guimarães, presidente do Instituto Michael Odent, desta forma o recém-nascido tem mais chances de nascer com saúde, com um pulmão funcionando em melhores condições e poderá ser amamentado logo quando vier ao mundo. O fato de cortar o cordão umbilical na hora realmente adequada também permite que o bebê tenha menos chances de contrair anemia na fase inicial.
Já para a mulher, o grande benefício é que seu útero não fica comprometido para uma gravidez no futuro. A probabilidade de infecção diminui e ela sangra menos durante o parto. A tendência é que a recuperação pós-parto aconteça de maneira mais rápida e os cuidados pessoais e com higiene sejam mais fáceis.
2. O que acontece com o corpo durante o trabalho de parto?

No pré-parto, a gestante começa a ter contrações ainda irregulares e desordenadas, de intensidade moderada e com intervalos de 10 a 20 minutos. Pode haver alguma dilatação na mulher que já teve outro filho e essa fase pode durar de uma hora até alguns dias. E pode ou não haver mudanças no colo do útero nesta etapa do parto.
A partir do momento em o bebê encaixa na pélvis da mulher para nascer, os sintomas do parto podem aparecer de repente e ser até facilmente confundidos com outros desconfortos que afetam a saúde, como diarreia, azia e mesmo um sintoma bem comum no final da gravidez e também durante o trabalho de parto: as fortes dores na lombar.
3. Como são as contrações?

A contração é o sinal mais evidente de que o trabalho de parto está começando. No início, serão irregulares, com intervalos não muito certos e pouco frequentes. Elas são como cólicas bem fortes e ocorrem abaixo do ventre e algumas mulheres até sentem dores na lombar. Embora possam ser confundidas, as “contrações verdadeiras” começam quando o colo começa a dilatar.
As contrações são importantíssimas, pois provocam a liberação da ocitocina, um hormônio que os cientistas acreditam desempenhar um papel fundamental no comportamento das mães, conhecido como “hormônio do amor”, sendo capaz de reduzir o estresse e a ansiedade e também de fortalecer vínculos. Além disso, a ocitocina tem papel fundamental para a descida do leite materno.
Já na fase latente, as contrações passam a ser mais regulares, com maior intensidade e duração, aumentando progressivamente com intervalos de 5 a 10 minutos. A duração média dessa fase é de 2 a 6 horas.
4. Entendendo a dilatação

A dilatação é a fase do parto que dá início ao processo de nascimento e ela ocorre quando as contrações do útero adquirem uma frequência ritmada e duradoura- variando de 2 a 3 contrações em cada 10 minutos e cada uma dura algo em torno de 30 a 50 segundos. É muito comum que a gestante perceba algumas contrações esparças, principalmente no último trimestre de gravidez, sem que isso signifique que esteja ocorrendo o trabalho de parto.
Quanto mais próximo do momento da expulsão fetal, as contrações aceleram até uma frequência de cerca de 5 a cada 10 minutos, durando mais de um minuto. Com estas contrações o colo uterino, que mede cerca de 3 cm de comprimento e fica totalmente fechado (fora do período de trabalho de parto), começa a reduzir seu comprimento (conhecido como apagamento) e dilatar.
5. A saída do bebê

Todo bebê recém-nascido tem duas aberturas no alto da cabeça: as fontanelas, que também são conhecidas como moleiras. Uma fica mais à frente bem acima da testa e outra mais no topo do crânio. Suas funções principais são facilitar a passagem do bebê na hora do parto normal, e permitir o crescimento adequado do cérebro. Por isso tantos os hormônios produzidos pelo próprio corpo da mulher, quanto a anatomia do bebê facilitam a sua passagem e saída pela vagina.
É importante ter em mente que o processo de parir é cheio de harmonias que o seu corpo já conhece bem, e sabe tocar como ninguém.
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