Diagnosticado a partir da 20ª semana de gestação, o diabetes gestacional é uma doença que pode comprometer a saúde da mãe e do feto se não for identificada e tratada corretamente.
A doença ocorre por conta da atuação dos hormônios da gestação, que ao atingirem níveis mais elevados, dificultam a ação da insulina – responsável pelo transporte de açúcar do sangue para as células – aumentando assim as chances da gestante desenvolver diabetes durante a gravidez.
Riscos do diabetes gestacional
Para mães
De acordo com a obstetra Dra. Arícia Helena Giribela, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), os riscos para a mãe são os mesmos de um diabetes fora da gestação: alterações renais, excesso de açúcar no sangue, o que causa tonturas, mal estar, piora de cicatrização, entre outros. Uma complicação maior decorrente da doença pode causar um aumento excessivo de peso e até mesmo aborto precoce.
Para o bebê
As complicações de uma gravidez gestacional também comprometem diretamente a saúde do feto, com consequências que podem inclusive acompanhá-lo em sua vida pós-parto. As principais são:
Macrossomia
Conforme Dra. Arícia, nesse quadro de gravidez o feto geralmente fica acima do peso normal, condição chamada de macrossomia, quadro que eventualmente pode dificultar o parto normal.
Malformação, icterícia e traumatismos
Além disso, há casos frequentes de malformações, principalmente cardíaca; insuficiência pulmonar; maior índice de icterícia (amarelidão da pele) ou até traumatismos – como fratura do ombro ao nascer.
Hiperglicemia
De acordo com o ginecologista Dr. Gilberto Nagahama, a malformação do feto geralmente acontece quando a doença está no seu ápice. A glicose materna passa pela placenta através de um mecanismo chamado difusão facilitada. Por isso, essa overdose de glicose sentida pela mãe também será transmitida para o bebê se a gestante estiver hiperglicêmica.
Problemas metabólicos
Também existem indícios de que filhos de mães que tiveram diabetes durante a gestação têm mais risco de serem obesos na vida adulta e de desenvolverem diabetes ou complicações metabólicas, uma vez que o organismo foi sobrecarregado na gestação.

Além das consequências afetarem a saúde do bebê, o quadro ainda pode levar ao óbito fetal.
Óbito fetal
De acordo com o ginecologista, quando o diabetes da mulher não é controlado, existe o risco do óbito fetal, geralmente após a 32ª semana de gestação. Isso porque além do aumento dos níveis de glicose no sangue, o excesso do líquido amniótico, causado pelo descontrole da glicemia, pode atrapalhar a respiração da mãe fazendo o útero aumentar e comprimir o diafragma.
Como identificar o diabetes gestacional
Realizar os mais variados exames, antes e logo no início da gestação, é fundamental para identificar se a mulher se enquadra nos fatores de risco da doença, como excesso de peso e sedentarismo.
Segundo Dr. Nagahama, a mulher que pretende engravidar deve ter um controle rigoroso do DMG (Diabetes mellitus gestacional). É importante lembrar que a doença é controlada com pré-natal consciente e tratamento eficaz. Além disso, orientação nutricional e atividades físicas são essenciais para controlar o diabetes.
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