Por essas e outras é que muitas mães lançam mãos, colheres e esperanças no abridor de apetite para reverter a situação. Mas essa alternativa deve ser deixada apenas para casos realmente muito especiais. “Primeiro, ele deve ser ministrado estritamente sob orientação médica. Segundo, só quem está passando por uma convalescência deve tomá-lo e sempre por um curto período de tempo”, alerta a Dra. Cláudia. Esses cuidados são pelo fato de que o remédio que resolve o problema da falta de fome, ocasiona outros como sono, apetite exagerado, que acaba engordando a criança e, mais tarde, até compulsão pela comida. O nutrólogo Euclésio Bragança aconselha os pais a perder tempo com a elaboração do cardápio dos filhos, variando pratos e tentando atraí-los pelo aspecto e pelo cheiro. “Estimular os sentidos da criança com cores, gostos e cheiros é importante para abrir o apetite. Uma forma de fazer isso é decorando os pratos de maneira divertida, que desperta o interesse da criança pela comida”, diz ele.
A criança que não belisca nos intervalos das refeições, vai ter uma baixa de glicose no sangue e nesse momento a fome será despertada
Outro alerta dado pelo nutrólogo é o de que alimentação é diferente de nutrição. “Você pode comer bem um monte de besteiras, que só vão ocasionar desquilíbrio nutricional. Portanto, comer muito, não significa que a criança esteja nutrida”, diz ele. Mas então o que fazer se a criança se recusa a fazer as refeições corretamente? Para começar, tirar o doce da boca das crianças entre as refeições. “O que causa saciedade é a distenção do estômago – que acontece quando ele está cheio – e o nível de glicose. A glicose proveniente das guloseimas causa uma sensação de saciedade, a criança perde a fome e engorda, mas continua mal alimentada. A criança que não belisca nos intervalos das refeições, vai ter uma baixa de glicose no sangue e nesse momento a fome será despertada”, comenta o Dr. Bragança. Colocar a criança para fazer atividades físicas também ajuda bastante a aumentar o apetite, já que provoca o gasto calórico.
Enquanto a fome não vem, as vitaminas e suplementos podem se unir aos pais e ao cardápio nessa árdua tarefa. Mas sempre com controle. “É melhor dar um suplemento ou uma vitamina do que um fast food. Se a criança não se alimenta direito, por um tempo determinado, podemos fazer uma adequação nutricional. Deve-se constatar quais são as carências e introduzir suplementos de acordo com a necessidade dela. Mas vale lembrar que isso não substitui a alimentação balanceada, que é uma questão de educação e estímulo dos pais. Deixar que os suplementos ou os remédios façam esse trabalho é muito fácil”, conclui Dr. Bragança.