Melina Cabral
Do Bolsa de Bebê
Ciúme ente irmãos é normal. Quando a criança é pequena, e até então filho único, acostumado a ter todo o carinho da família só para ele, assim como os brinquedos e o quarto sem precisar dividir com ninguém, não entende de uma hora para outra que em nove meses chegará um irmãozinho, que também precisará de carinho e atenção dos pais e, muitas vezes, terá que dormir no quarto que antes o irmão mais velho reinava absoluto. Isso, se não explicado desde cedo à criança, pode trazer consequências futuras. “A questão pode se agravar quando os pais e adultos não compreendem estas ações e passam a responder também de forma rude e às vezes grotesca”, afirma a psicóloga Luiza Costa.
“O ciúme é natural, não dá para deixá-lo de ter, mas as atitudes dos pais com relação ao ciúme é que são importantes. É necessário entender que o irmão mais velho vai deixar de ser único para ser colocado em um outro plano. Isto provoca reações inesperadas como, por exemplo, fazer xixi na cama, ter atitudes infantis, birrentas, ou indisciplina em demasia. É uma tentativa desesperada de chamar a atenção dos pais e outros adultos”, explica a psicóloga.
Desde o começo da gravidez é necessário contar para o filho mais velho que ele ganhará um irmãozinho, e que este, vai chorar bastante, necessitará de cuidados e que só quando ficar maior poderá brincar com ele (a). “Ele deve se sentir amado. O amor será dividido, mas continuará tão intenso quanto antes da chegada do irmãozinho. As ações dos pais valem mais do que só palavras. Os pais também sentem insegurança quanto à nova etapa, e isso é normal”, diz.
A psicóloga explica que os pais devem sempre curtir cada momento da gestação e dividir as alegrias da chegada do novo ser com o irmão. “A mamãe pode, por exemplo, deve colocar a mão do filho na barriga dela para o irmãozinho sentir o bebê chutando e se mexendo dentro da barriga da mãe. Isso é muito interessante para que a comunicação com ambos se inicie”, ressalta.
Começar a arrumar o quarto do pequeno antes de ele vir ao mundo e chamar o mais velho para ajudar na nova tarefa faz com que o irmão mais velho comece a se interessar pela chegada do pequeno. Os pais devem ouvi-lo e aceitar também as opiniões e gostos do pequeno. Assim como sugestões de nomes para o novo integrante da família.
“Falar sobre o futuro também é importante. Planos e projetos, falar sobre o quanto será legal quando ele (a) puder brincar com o irmão (a). Contar a sua experiência quando teve o irmão (a), se houver, contar as dificuldades e as coisas legais também”, finaliza a Dra. Luiza Costa. O importante é ter comunicação sobre as novidades, até aonde os pais sentirem que podem informar.