Pronto-socorro ou pediatra? Veja o que é indicado para cada situação com a criança

Marianna Feiteiro

Do Bolsa de Bebê

Quando a criança adoece ou apresenta algum sinal de enfermidade, é muito comum que os pais acabem se desesperando e recorrendo ao pronto-socorro para um atendimento imediato. No entanto, esta nem sempre é a melhor opção para a criança.

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“Muitas razões levam os pais a buscarem o pronto-socorro: a ansiedade por não entenderem o que está acontecendo com o filho, a possibilidade de ele estar sofrendo de algo mais grave do que aparenta – o que os levam a querer resolver o problema imediatamente –, a dificuldade de contato e agendamento de consulta com o pediatra de confiança, etc.”, afirma o pediatra Moises Chencinski, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Levar criança ao pronto-socorro: por que nem sempre é indicado?

Segundo Marcelo Reibscheid, criador do portal Pediatria em Foco e pediatra do Hospital e Maternidade Rede D’OrSão Luiz, a consequência do número exagerado de pacientes nos PS que não apresentam quadros de urgência acaba gerando esperas longas e, muitas vezes, atendimento inadequado.

Para a criança, o risco é de contato com algum microrganismo que poderá gerar outro quadro infeccioso além do problema que ela já apresentava. “A maioria dos contágios se faz pelo ar, portanto, corre-se um risco muitas vezes desnecessário levando a criança ao PS”, defende. “Quando os serviços de urgência precisam dedicar tempo a quadros que não são emergenciais, acontece um deslocamento de atenção dos quadros mais graves e que precisariam ser avaliados de forma imediata”, acrescenta Dr. Moises.

Quando preferir o pediatra?

Os dois especialistas recomendam que, caso não se trate de um quadro grave (situação de risco e de aparecimento súbito), os pais devem entrar em contato com o pediatra de confiança por telefone ou mesmo pela internet e descrever os sintomas apresentados pela criança.

“Isso pode ser um bom fator de triagem para que o pediatra oriente a necessidade de um atendimento de urgência no Pronto Socorro ou de uma avaliação no consultório”, explica Dr. Moises. Se o quadro se desenvolver durante a madrugada ou em horários em que o pediatra não esteja disponível para atender a criança, seja pessoalmente ou por telefone, aí sim a ida ao PS é justificada.

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Quando levar a criança ao pronto-socorro?

Em casos de:

  • acidentes
  • traumas
  • quedas
  • intoxicação
  • convulsão
  • queimadura
  • inalação ou ingestão de corpos estranhos, como partes de brinquedos, etc.
  • fezes ou vômito com sangue
  • vômito
  • desidratação
  • dificuldades respiratórias importantes
  • choro incessante
  • suspeita de doenças como meningite e apendicite

Recém-nascidos

Além disso, Dr. Moises ressalta que recém-nascidos (até 30 dias) correm o risco de ter o quadro agravado muito rapidamente e, por isso, precisam de assistência imediata.

No caso deles, além das situações descritas na lista acima, atente-se para:

  • sucção bem fraca ou ausente
  • criança com aspecto roxinho (cianose) ou amarelado (icterícia avançada)
  • queda brusca de temperatura (abaixo de 35,5º C)
  • febre acima de 37,5º C, que significa infecção ou inflamação

“Se mesmo após a temperatura baixar a criança continuar indisposta, entre em contato com o pediatra o mais rápido possível. Caso não consiga, dirija-se ao Pronto Socorro”, orienta Dr. Moises.