Vasectomia: é possível reverter > Medo e preconceito

A idade da parceira e sua condição de fertilidade também influenciam no sucesso de uma nova fertilização. Segundo Ronaldo Damião, melhores resultados são observados quando a mulher tem menos de 37 anos. “As tentativas, no entanto, podem ser iniciadas imediatamente após o período cicatricial, qualquer que seja a quantidade de espermatozóides no líquido seminal”, acrescenta.

Mesmo assim, Leonardo não tem dúvidas ao dizer: “Não faria reversão. Primeiro porque as chances de ela ocorrer com sucesso cessam depois de anos, e se tivesse alguma dúvida com relação ao assunto, teria congelado meu sêmen para uma futura inseminação artificial”. É uma boa sugestão, apesar de ser um procedimento bem mais caro.

Falta informação

Segundo o Ministério da Saúde, em 2007, só no Rio de Janeiro, foram realizadas 1.300 vasectomias. No país inteiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou, nesse mesmo ano, mais de R$ 6,2 milhões em 37.082 cirurgias, contra 27.917 em 2006. Mas este número poderia ser muito maior, caso não houvesse tanto preconceito e falta de informação entre os homens. O que dizer, então, da reversão da vasectomia?

“Acho que a divulgação para ambas as situações é quase zero, ainda mais para a reversão. Fiz a vasectomia principalmente por ter dois amigos que a fizeram, e porque a empresa em que eu trabalhava oferecia o procedimento em suas instalações médicas. Mas mesmo a companhia pouco divulgava a respeito. Sei de muitos casais em que a mulher é favorável à vasectomia, mas o marido se recusa a fazer por falta de conhecimento, inclusive alegando medo de uma possível impotência decorrente da cirurgia”, relata Leonardo.

Nesses tempos de crise e instabilidade financeira, é importante que todas as famílias façam um bom planejamento familiar, e informação adequada é imprescindível para isso. “Da mesma maneira como a mulher faz sua prevenção desde a adolescência, o homem precisa aprender a fazer uma consulta anual e perder o preconceito. O preconceito mata”, alerta Ronaldo Damião.

Além disso, a orientação de um médico e um assistente social também é decisiva, tanto no momento de optar por qualquer um dos tipos de esterilização, seja feminina ou masculina, ou na hora de decidir reverter esses procedimentos.