Nossa, quantas comemorações nesse mês! Primeiro foi o Dia dos Namorados, onde nos embelezamos para o nosso amor. Agora são as festas juninas e, “uai, sô!, vamo ficá uma belezura de vestido de chita, chapéu de paia e trança nos cabelo”. Mas o que são essas transformações?
Do antepassado índio, o caipira brasileiro herdou a familiaridade com a mata, o faro na caça, a arte das ervas, o encantamento das lendas
Os caipiras são frutos da primeira miscigenação entre o branco e o índio. ” Kaai’ pira“, na língua indígena significa “o que vive afastado”, ” Kaa = mato” e ” Pir = corta mato”, ” Pira = peixe”. Caipira é, portanto, aquele que vive isolado.
Permanecendo afastado das cidades, os caipiras mantiveram o seu dialeto. O seu falar errado não é proposital. O caipira resguarda tradições e conhecimentos que o homem da cidade já perdeu, como ver as horas com uma simples olhada para o sol, ou saber dizer qual será o tempo no dia seguinte. Tem um chá para cada doença, uma simpatia para cada tristeza.
Do antepassado índio, o caipira brasileiro herdou a familiaridade com a mata, o faro na caça, a arte das ervas, o encantamento das lendas. Do branco, a língua, costumes, crenças e a inseparável viola, companheira do peito. Por serem uma “memória” de nossas tradições, durante as festas juninas os caipiras são homenageados. Lembramos o seu modo de vida tocando suas músicas, nos vestindo com roupas de pedacinhos de panos e nos deliciando com os quitutes.
As festas comemorativas dos santos do mês de junho, São Pedro, São João e Santo Antônio, foram trazidas pelos portugueses, que, na Europa, comemoravam o início do verão quando as populações festejavam as colheitas e faziam os sacrifícios para afastar os demônios da esterilidade, pestes dos cereais etc. A fogueira representa o sol que ilumina, aquece, purifica, assa e coze os alimentos, dá segurança e conforto.