Na noite do último domingo (2), um imenso incêndio atingiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, que contava com cerca de 20 milhões de itens sobre a história do país, da América Latina e do mundo.
Ainda não se sabe ao certo quais peças se perderam com a tragédia, pois o levantamento oficial não foi divulgado pela administração do Museu.
Parte do acervo foi salva durante o incêndio e outros itens escaparam por estarem em um prédio adjacente, como a coleção de invertebrados, segundo informações da vice-diretora do Museu Cristina Serejo à Agência Brasil.
Porém, estima-se que peças de importante valor histórico e cultural sobre a vida no planeta, expostas nos três pavimentos do Museu, foram destruídos com o fogo.

Museu Nacional: instituição bicentenária em ruínas
Fundado por Dom João VI em 1818, o Museu Nacional se localiza em um palacete na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão – espaço que também funcionou como residência oficial da Família Imperial entre 1816 e 1821 – e é considerado a mais antiga instituição científica do Brasil.
Atualmente, o espaço é administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seu caráter é bastante acadêmico e cientifico, com peças como esqueletos, múmias egípcias e utensílios da história nacional e de civilizações antigas.

Peças que podem ter sido perdidas do Museu Nacional
Entre os cerca de 20 milhões de itens que faziam parte do acervo do Museu, estavam algumas peças fundamentais que contam a história do país e do mundo – assim como itens antigo que remetem a períodos em que o homem sequer habitava o planeta, como a era dos dinossauros. Entre elas:
Luzia

O fóssil do homo sapiens mais antigo da América Latina, batizado de Luzia, estava no Museu Nacional. A peça teria ao menos 11.300 anos.
Meteorito de Bendegó

Com 5.260kg, o meteorito de Bendegó, encontrado na cidade de Monte Santo (BA), está no Museu desde 1888. Por se tratar de um objeto metálico bem pesado, ele teria resistido às chamas, mas as pesquisas realizadas à partir dele na última década teriam sido perdidas.
Trono de Daomé

O trono do rei africano Adandozan (1718-1818) é uma das peças de importante valor histórico para a humanidade que estavam no Museu. Ele foi doado pelos embaixadores do rei diretamente ao príncipe regente logo antes da fundação da instituição, em 1811.
Caixão de Sha Amun en su
O caixão de Sha Amun en su era uma das atrações mais procuradas da seção de peças egípcias do Museu.
O item foi um presente a Dom Pedro II em 1876 e foi o sarcófago de uma importante cantora-sacerdotisa que entoava cânticos sagrados no templo dedicado ao deus Amon.

Rica arqueologia egípcia
O local contava com a maior coleção arqueológica egípcia na América Latina, com mais de 700 itens – como múmias, sarcófagos e demais utensílios.
https://www.facebook.com/MuseuNacionalUFRJ/photos/a.1512665572368984/1605915156377358/
Itens de civilizações ameríndias e africanas
Cerca de 1800 artefatos, de diferentes tipos e usos, de culturas pré-colombianas, africanas e de povos do Pacífico constavam no Museu. Abaixo é possível ver um vaso usado por uma comunidade da Costa do Pacífico.

Corpo mumificado atacamenho de Chiu-Chiu
Ainda sobre peças que remetem às civilizações ameríndias: no Museu existia uma múmia de um homem com cerca de 40 anos, com as mãos fechadas entre as pernas, que foi encontrado no deserto do Atacama e teria vivido na região há cerca de 4 mil anos.
A posição em que o homem morreu era muito comum na época para dormir – permitindo a proteção contra o frio intenso – e era a forma que os grupos também usavam para enterrar seus mortos.

Arqueologia clássica
A dita arqueologia clássica, aquela que remete à civilização grega, romana e etrusca, também faziam parte da exposição do Museu. Eram cerca de 750 itens.
https://www.facebook.com/MuseuNacionalUFRJ/photos/a.1598514397117434/1598514460450761/
Fósseis de dinossauros
Além de artefatos sobre a trajetória humana, o Museu também contava com peças da história natural, como esqueletos completos de dinossauros que habitaram a Terra.
https://www.facebook.com/MuseuNacionalUFRJ/photos/a.1871788519790019/1871788443123360/
A maior arara

A maior espécie de arara estava exposta no Museu Nacional: a arara azul. O Brasil é o país que abriga a maior variedade desta família de aves. Aqui vivem desde pequenas espécies de araras, como o tuim, um pássaro de 12 cm, até as grandes, como a azul, que pode chegar até 1 metro de comprimento.
Diários da Imperatriz Leopoldina

Escritos de Maria Leopoldina de Áustria, imperatriz do Brasil e primeira esposa de Dom Pedro, também faziam parte do acervo e estavam expostos no local. A imagem acima é ilustrativa, não faz parte do acervo do Museu.
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