Circular por aí alcoolizado e a 600 mil km/h é impossível na Terra, sem contar que seria crime. Mas no espaço isso pode acontecer sim.

O cometa C/2014 Q2 Lovejoy é muito jovem, pelo menos em relação ao tempo que ele tem desde que foi descoberto. 

Segundo a publicação científica da revista Science Advances, o cometa libera uma quantidade de álcool no espaço equivalente a cerca de 500 garrafas de vinho durante sua atividade de pico. 

Ele foi reportado em agosto de 2014 pelo astrônomo Terry Lovejoy, um australiano que já descobriu outros 5 cometas.

Lovejoy é famoso porque conseguiu realizar uma mudança dos filtros das câmeras digitais para permitir captar a radiação vermelha que sai dos corpos celestes. 

Esta reforma facilitou a observação do espaço, no entanto, não foi Lovejoy que conseguiu o feito. O álcool que o cometa C/2014 Q2 Lovejoy carrega só foi detectado por um telescópio enorme que está em atividade no Observatório do Pico de Veleta, na Espanha.

Substâncias dos cometas

Em novembro de 2014, a sonsa espacial Philae Rosetta, da Agência Espacial Europeia, virou um marco ao ser a primeira construção humana a pousar num cometa.

Em sua análise, ele constatou uma série de compostos orgânicos no cometa 67P/Churiumov-Guerasimenko, inclusive a acetona, o dissolvente de esmaltes de unhas. 

Então, em outubro de 2015, a agência europeia se surpreendeu com outro anúncio em relação ao Rosetta: ele encontrou óxigênio numa nuvem de gás nas proximidades do cometa que leva Philae como passageiro.

Origem da vida na Terra

Trata-se da primeira descoberta de um cometa com moléculas de óxigênio similares às que existem aqui na Terra. Os cientistas ficaram espantados porque elas conseguiram se manter preservadas durante milhões de anos.

Agora, a descoberta do momento é o álcool etílico encontrado em um cometa. As moléculas encontradas no C/2014 Q2 podem ser um avanço para responder a pergunta sobre como a vida começou na Terra.

Uma das hipóteses fala que a vida pode ter sido trazida por esses cometas. Além das moléculas de álcool, o observatório também notou moléculas de glicoaldeído, um monossacarídeo que constitui o tipo de açúcar mais simples que existe.