A personagem Lucrécia, interpretada pela atriz Tata Werneck na novela medieval ” Deus Salve o Rei“, da TV Globo, ostenta um penteado bem peculiar. No alto da cabeça, ela mantém um par de chifres feitos com os próprios fios, em formato de cone e bem pontiagudos.
Por mais que seja difícil de acreditar, o cabelo de Lucrécia tinha uma versão ainda mais pomposa e que fazia sucesso durante a Idade Média. Muitas mulheres desfilavam pelas ruas com cabelos cobertos por chapéus de chifre para demonstrar a que classe social pertenciam.
Penteado de Lucrécia em “Deus Salve o Rei”
Viver em sociedade na Idade Média era saber que, a qualquer momento, alguém com o cabelo muito extravagante cruzaria na rua com você.
Tudo porque, segundo estudos da Universidade de Fordham, na Inglaterra, os penteados, altos, grandes, ao lado dos chapéus, cheios de adornos e tecidos, eram importantes símbolos que distinguiam os ricos dos pobres nos anos de 1400 e 1500.
As mulheres que ocupavam a classe social mais alta caprichavam mais nos enfeites: além de amarrarem os cabelos em penteados, elas penduravam véu e acessórios em formato de cone no topo da cabeça.
Apesar de a caracterização de Lucrécia ter o penteado “pelado”, sem adornos, ela é inspirada no visual da época e, por isso, cai muito bem à personagem, que é princesa do reino de Alcaluz.
E não vai ser só esse estilo que ela usará na novela: segundo a equipe de “Deus Salve o Rei” em matéria do site GShow, Lucrécia ainda aparecerá com um coque baixo e alguns rococós no cabelo.
Registros do “cabelo de chifre” na Idade Média
Apesar de a personagem Lucrécia fazer um “chifrinho” com seus próprios cabelos, registros históricos mostram que as mulheres usavam materiais como arame e tecidos para manter os fios no formato desejado.
Também se usava chapéus conhecidos como “de borboleta” e de “de coração”, por conta do formato com partes pontiagudas no topo.
O auge da “moda dos chifres e dos cones” se deu com os chapéus de cone único cobertos por véus – o que hoje associamos à estética de fadas.
Segundo a pesquisadora independente de Idade Média Rosalie Gilbert do site Rosalie’s Medieval Woman, o cabelo de Lucrécia, na verdade, é uma livre inspiração, apenas baseado nos penteados feitos pelas mulheres na época, já que “mulheres adultas geralmente cobriam seus cabelos”, destacou ao VIX.
Fato é que ter penteados e chapéus tão extravagantes era sinônimo de notabilidade na sociedade. “As classes superiores e a nobreza usavam acessórios de cabelo com joias. Já a classe média tinha penteados mais simples, com véus e muitos grampos”.
Quanto mais coisas no cabelo que, inclusive, dificultassem a realização de atividades cotidianas, como caminhar, melhor: era sinal de que a mulher era nobre e não precisava se preocupar em andar rápido pela casa ou trabalhar, por exemplo.
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