Antes só que mal acompanhada > Amélia ou Amália?

Mulheres (Im)perfeitas

A verdade é que a mulher está passando por um momento confuso na sociedade. Ela tenta se firmar como profissional competente, manter as amizades, sociabilizar, ser independente e ativa e também construir uma família. Ela quer tudo e sem imperfeições. O problema é que muitas assumem tamanha carga por se sentirem culpadas. A herança cultural ainda tem um peso muito grande e a mulher que decide não formar uma família é mal-vista. Então, ela hesita. E mesmo tão decidida, acaba não sabendo o que quer.

Isto origina situações dúbias, como a de mulheres seguras e confiantes que desenvolvem medo de tomar a iniciativa para não serem taxadas de fáceis. Ou outras que não resistem à pressão da sociedade e emendam relacionamentos sem significado, só para não ficarem sozinhas. A jornalista Leila Ferreira, autora de “Mulheres. Por que será que elas…?”, diz que este segundo caso é bem comum. “Isso acaba sendo uma cilada. Enquanto você se dedica a uma pessoa que não é nada do que gostaria, as que poderiam interessá-la de fato passam do seu lado e você nem nota”, comenta.

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Com isso, um eterno ciclo é formado: elas reclamam das características dos namorados e tentam transformá-los; eles se irritam e fazem questão de não mudarem, quando no fundo elas deveriam perceber que estão naquele relacionamento pelos motivos errados. “Não digo que a gente deva esperar pelo príncipe encantado. Existe uma frase da (cantora) Cher que é perfeita: ‘Enquanto o homem certo não aparece, vou me divertindo com os errados’. Mas se divertir é uma coisa, investir numa relação que não nos preenche é outra bem diferente”, complementa Leila.

Que o diga a professora Camilla Rezende. “Cresci com minha mãe separada, tomando decisões sozinha e via as mães das minhas amigas dependendo dos maridos para tudo. Jurei que nunca seria assim, até que conheci o Leandro”. Vocês já imaginam o final desta frase, não? Apaixonada e empolgada com seu primeiro relacionamento sério, Camilla se deixou levar. “Ele era machista e fui abrindo mão das coisas aos poucos. Parei de sair com amigas, colegas da faculdade. Mas no início não me importava. A situação foi piorando quando ele começou a criticar minha forma de ser e dizer que eu não seria uma boa esposa, só porque eu não gostava de arrumar o quarto. Um absurdo!”, reclama.