bebê reborn

Cuidar de “bebês reborn” é hobby para muitas mulheres, mas traz riscos para saúde mental

A presença crescente dos bebês reborn na vida adulta exige uma reflexão: quando o acolhimento simbólico atrapalha a saúde mental?

Em um mundo onde a solidão, o luto e as perdas emocionais se tornaram ainda mais intensos, os chamados bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam com precisão um recém-nascido — ganharam um novo status: passaram a ser companheiros de adultos que, em muitas situações, enfrentam traumas e dores relacionadas à maternidade.

À primeira vista, adotar um bebê reborn pode parecer um recurso inofensivo para oferecer acolhimento emocional. No entanto, quando essa substituição simbólica se torna prolongada ou intensa demais, há risco de prejuízos para a saúde mental. Abaixo, confira 3 deles.

Bebês reborn: quais são os riscos para a saúde mental das “mães”?

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(Créditos: Reprodução/Instagram @beberebornbyadriana)

1. Negação do luto

Os bebês reborn, em certos contextos, funcionam como objetos transicionais, ou seja, elementos que ajudam a lidar com a dor emocional.

Contudo, se esse vínculo se cristaliza — ou seja, se impede a elaboração de qualquer tipo de luto — a pessoa se vê em um campo de patologização e negação da realidade.

Neste caso, há grandes riscos do agravamento de quadros como depressão, transtornos de ansiedade ou até transtornos dissociativos.

2. Fuga do mundo real

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(Créditos: Reprodução/Instagram @shopbeberebornoficial)

Outro ponto de atenção é a solidão contemporânea, que favorece o surgimento de vínculos intensos com objetos inanimados como forma de suprir necessidades afetivas.

É compreensível que, diante da falta de suporte social ou familiar, a pessoa busque alternativas emocionais. Mas é essencial que haja acompanhamento psicológico para garantir que o bebê reborn não se torne um substituto permanente para relações humanas.

3. Frustração por expectativas não correspondidas

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(Créditos: Reprodução/Instagram @monickieurbanjos)

Mesmo sabendo racionalmente que o bebê reborn não é real — afinal, normalmente as “mamães” reborn enxergam a “rotina de cuidados” como um verdadeiro hobby —, algumas podem projetar nele expectativas (como respostas afetivas, sensação de vínculo recíproco ou preenchimento afetivo) e se frustrar ao perceber que essa relação é unilateral.

Dessa forma, o risco está em gerar sentimentos de vazio, decepção ou até agravamento de carências emocionais pré-existentes.

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