É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Estar dividido entre o amor de duas pessoas é um dilema comum e que pode acontecer com qualquer pessoa. Fernando Medeiros, o antepenúltimo eliminado do Big Brother Brasil 15, é um exemplo que ficou bem conhecido por se ver atraído por duas mulheres dentro do reality – Aline Gotschalg e Amanda Djehdian. Ele próprio questionou sobre a possibilidade de gostar das duas da mesma forma, mas fora da casa o ato foi julgado por muitas pessoas como desculpa para “se sair bem”. Mas, afinal, é pura cafajestagem, ou será que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

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A psicóloga Mariuza Pregnolato explica que acontece de uma pessoa amar outras duas simultaneamente e a dúvida pode firmar ainda mais esses sentimentos: “Às vezes ocorre de algumas pessoas sentirem-se muito confusas, devido a essa situação de forte conflito”. Porém, a especialista ressalta que na maioria das vezes o que se sente é apenas atração pela outra pessoa, e não amor.

Por mais que essa situação normalmente não seja bem vista, é mais comum do que se imagina, uma vez que muitas pessoas sentem-se atraídas por outras, mesmo estando em um relacionamento. “Acontece com alguma frequência, com pessoas de ambos os sexos. A pessoa está num relacionamento sério e ama seu parceiro (a) e, ainda assim, sente-se atraída por outro (a)”, explica Mariuza.

Ter sentimentos por outro é traição?

A psicóloga, especialista em relacionamentos, explica que para considerar este comportamento uma traição, é preciso levar em conta o tipo de relação que se tem: “Tudo depende do tipo de relacionamento em que você está envolvido, qual é o contrato, ainda que implícito, que rege a sua relação”.

“Há relações mais abertas e bastante honestas, em que as pessoas se permitem “ouvir” os próprios desejos e ter eventuais casos extraconjungais, extrarrelação, sem sair do relacionamento fixo em que estão. Já a maioria dos relacionamentos é mais convencional, com um pressuposto de monogamia, e nesse caso isso seria considerado traição”, esclarece a especialista.

Estou interessada em outra pessoa. Não amo meu parceiro?

Estar interessada em outra pessoa não significa que você não ame mais o seu parceiro: “Você pode gostar de verdade da primeira, amá-la profundamente e, ainda assim, por uma série de possíveis razões, sentir-se fortemente atraída ou apaixonada por uma outra. Isso acontece porque em seu relacionamento atual, mesmo sendo forte e profundo, há uma falta”.

Muitas vezes o seu relacionamento está deficiente em alguma coisa e você encontra alguém que complete essa falta. “Ele pode não estar suprindo alguma necessidade que para você é muito importante, deixando uma lacuna exposta que pode, de repente, ser preenchida por um novo alguém. Pode ser que esse novo alguém te olhe de um jeito especial, ou te valorize mais, ou te ofereça atenção e carinho, etc.., o fato é que ele vem preencher uma falta”, pontua Mariuza.

Como resolver este dilema?

A pior parte de estar nesta situação é tentar resolvê-la da melhor maneira, sem se magoar e não prejudicar ninguém. A psicóloga recomenda que primeiramente não se deve sair em busca de culpados: “Numa relação ambos são coautores e, portanto, igualmente responsáveis pela dinâmica que nela se estabelece”.

Em seguida, Mariuza indica que você deve respeitar seus sentimentos, porém também deve “procurar honestamente compreender o que é que faz sentido para você em sua relação atual e o que é que te atrai tanto nessa outra pessoa. É preciso encontrar clareza suficiente para poder estar em paz com você mesmo para, num segundo momento, tomar a melhor decisão sobre o rumo a tomar”.

Preciso procurar ajuda na psicologia?

A especialista alerta que normalmente é difícil sair dessa situação sem ajuda, por envolver muitos sentimentos: “Quando estamos apaixonados, nossa objetividade fica comprometida, nosso raciocínio tende a ser distorcido e a própria lógica se perde. Tornamo-nos um perigo para nós mesmos e para aqueles que amamos”.

É importante lembrar que a solução pode ser diferente de um caso para outro, mas a ajuda de um (a) psicólogo (a) é decisivo.”Um profissional sensível será capaz de acolher seu drama ao mesmo tempo em que pontua todos os elementos do cenário em que você se encontra para que você dê a real importância para cada variável, respeitando-se ao decidir com clareza aquilo que é melhor para você”, finaliza.