Menina de 13 anos sofre bullying e estupro e escreve carta antes de tirar própria vida

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https://www.facebook.com/StopBullyingForCassidyTrevan/photos/a.235278376931537.1073741827.235277086931666/235279350264773/

Uma adolescente de apenas 15 anos se suicidou dois anos depois de ser vítima de um estupro, crime que ocorreu após meses de bullying, que a estudante sofria na escola da parte de seus colegas.

Antes da morte, no entanto, ela deixou uma carta de alerta a outras jovens. Agora, um ano depois da perda, sua mãe autorizou a divulgação do conteúdo.

O que aconteceu?

Cassidy Trevan tinha 13 anos na época e estudava em Melbourne, na Austrália. Desde que entrou no colégio, começou a sofrer bullying por parte de um grupo de alunas. Os efeitos foram nocivos e a adolescente teve que ficar um tempo afastada das aulas.

Ao retornar para a escola, as alunas chegaram até Cassidy e pediram desculpa pelos episódios anteriores e a convidaram para um suposto festival. No dia seguinte, as adolescentes foram até uma casa e dois jovens estupraram a garota.

Como conta na carta deixada, ela não conhecia os estudantes. Mas, mesmo depois de eles terem sido identificados, a escola não os puniu. O caso também foi denunciado na polícia local, mas as investigações não seguiram.

https://www.facebook.com/StopBullyingForCassidyTrevan/photos/a.235277520264956.1073741825.235277086931666/235277526931622/

Depois do crime, de acordo com relatos de Linda Trevan, mãe de Cassidy, ela começou apresentar distúrbios psicológicos. A família tentou mudar a adolescente de escola duas vezes. Mas, os episódios de pânico se tornaram cada vez mais frequentes. Nas redes sociais, pessoas continuavam ofendendo a garota.

Dois anos depois, Cassidy tirou a própria vida. Antes, no entanto, ela deixou uma carta alertando outras alunas e adolescentes sobre o que aconteceu consigo e sobre a importância de se defender. O texto não foi enviado para nenhum destinatário. Agora, um ano depois, a mãe de Cassidy permitiu a divulgação do conteúdo.

Na página que criou no Facebook para divulgar o caso, Linda escreveu: “Espero que o conhecimento do que vocês fizeram assombre vocês para o resto de suas vidas e, um dia, se vocês tiverem sorte o suficiente para ter filhos… lembrem o que vocês fizeram para o meu precioso e único bebê, e imagine como vocês se sentiriam se alguém fez isso com seu bebê”.

Veja carta na íntegra:

“AVISO A TODOS OS ESTUDANTES

Eu era uma estudante e eu fui estuprada por alguns dos estudantes que ainda frequentam a escola. Eu sei que isto pode soar como uma tentativa de chamar atenção, mas honestamente está longe disso. Tenho muitas razões para fazer isso, e eu vou explicar.

Meu objetivo é alertar outras pessoas (a maioria estudantes, mas também pais) sobre o que acontece, porque eu estou preocupada; se eles fizeram comigo, eles podem fazer com qualquer outra garota como eu, ou pelo menos tentar. Você realmente tem o poder de parar com isso. Lembre-se que aqueles que fizeram isso comigo eram crianças em idade escolar. É difícil de acreditar, eu sei. Mas é a verdade.

Eu não estou fazendo isso por vingança com aqueles estudantes que me estupraram, criaram a violação, me intimidaram sobre a violação, me provocaram sobre a violação ou algo assim. Nem quero chamar atenção, como eu mencionei antes, eu quero deixar claro.

Eu faço isso para os mais de 1.500 alunos entre 7 e 12 anos, que devem ser advertidos. Desculpe, porque isso aconteceu comigo e porque o pessoal da escola não fez nada para ajudar. Agora é meu dever avisá-los e contar o que aconteceu. Não o que eles podem ter ouvido falar na escola, mas o que aconteceu.

Mas eu também faço isso por mim. Quero, finalmente, depois de um ano e meio, ser deixada em paz. É surpreendente como muitos estudantes têm ouvido histórias sobre mim e coisas estranhas sobre a minha vida. No entanto, estou contactada no Facebook com estudantes que eu não conheço que me chamam de ‘puta’. Saí da escola, estou em casa e ainda sofro bullying. Eu não posso parar os rumores, mas pelo menos eu poderia tentar dizer o que realmente aconteceu. Mas como eu disse, honestamente, é mais para o resto das alunas que não estão cientes disso e estão ameaçadas por esses estudantes.

Meu nome é Cassidy Trevan e eu fui estuprada.

Se alguma vez alguém tentar estuprá-la, vale a pena lutar! Lute! Se você não fizer isso, você vai se arrepender para o resto de sua vida, como eu fiz. Você pode fazer isso!.

Tenha cuidado. É um alerta.”

Estupro no Brasil