Como funciona o Teste do Pezinho?

Realizado após as 48 horas de vida do recém-nascido, a triagem neonatal, conhecida como o Teste do Pezinho, visa tanto o diagnóstico como o tratamento precoce de importantes doenças que, se não tratadas a tempo, podem levar à deficiência intelectual e causar outros danos à qualidade de vida da criança. A partir deste ano, o teste passa a diagnosticar outras duas enfermidades: a hiperplasia adrenal congênita (que provoca a produção excessiva de androgênio, podendo levar a anomalias genitais e outros problemas) e a deficiência de biotinidase (doença metabólica que pode causar uma série de complicações, como perda de audição, problemas de visão e fala, atraso de desenvolvimento e outros).

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Para quê servem os testes nos recém-nascidos?

Testes neonatais

O exame, que é obrigatório no país e realizado gratuitamente por todos os hospitais e maternidades, é capaz de identificar enfermidades genéticas, metabólicas e infecciosas no recém-nascido. Dentre elas, estão incluídas a fenilcetonúria, hipotireodismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias e fibrose cística. Alguns locais também realizam o Teste do Pezinho ampliado e master, que podem detectar um número ainda maior de problemas, como deficiências de enzimas e sífilis congênita.

“São doenças congênitas, de herança genética, que, se diagnosticadas e tratadas precocemente, evitam o sofrimento e danos cerebrais irreversíveis ao bebê”, afirma a enfermeira do Hospital Nossa Senhora das Graças Angélica Socorro Alves.

Procedimento

Segundo descreve a enfermeira, o teste consiste em coletar quatro gotas de sangue do calcanhar do bebê. “É uma leve picadinha. O calcanhar é uma parte do corpo que contém muitas ramificações de vasos sanguíneos, o que permite maior agilidade”, explica. Se detectada alguma alteração, os pais são orientados a realizar outros exames para confirmação e um diagnóstico mais preciso.

Limitações

O resultado normal no Teste do Pezinho, no entanto, não descarta a possibilidade de outras doenças neurológicas genéticas ou adquiridas. “O exame não diagnostica, por exemplo, a síndrome de Down”, destaca a enfermeira.