Recentemente, o vídeo de um menino batendo em sua mãe caiu nas redes sociais e se tornou viral. Dois motivos geraram muita indignação: a agressividade extrema do garoto e a reação das pessoas ao redor, que riem. Conversamos com a psicóloga Raquel Benazzi, do Núcleo Corujas (SP), para entender melhor situações como essas e suas consequências no desenvolvimento infantil.
Vídeo de menino agredindo a mãe
O vídeo mostra o menino batendo em uma mulher que aparenta ser sua mãe. Ele puxa o cabelo da mulher, dá tapas em sua cara, aponta o dedo em riste e cospe nela. É possível ouvir alguém rindo por trás das câmeras e, em alguns momentos, a mulher também parece debochar.
Optamos por não mostrar o vídeo para não expor ainda mais a criança. Ao invés disso, mostramos algumas imagens da agressão com o rosto do menino borrado.



Criança agressiva: o que gera esse comportamento?
Para a psicóloga, as imagens mostram que a mulher provoca a criança e até se protege com antecipação, porque já sabe que a criança irá vai bater nela. “Parece uma situação forçada para a câmera, a mulher está irritando o menino”.
Raquel explica ainda que o que mais choca é que, nessa situação, a criança está se mostrando dominante. “Ele coloca limites na mãe e não o contrário, é como se ele fosse superior e ela se porta como criança”, conta. “Em nenhum momento ela coloca limitação, só instiga a criança e mantém uma postura de submissão”.

Se essa agressividade tem outros motivos, no entanto, não é possível saber. De maneira geral, uma das causas pode ser agressividade dos pais entre si ou mesmo em relação à criança. “A criança que presencia isso, assimila e pensa: ‘se eles podem, por que eu não posso?´.”
Impacto no desenvolvimento infantil
Crianças que apresentam agressividade e que não encontram limites acharão, enquanto adolescentes e adultos, que poderão continuar impondo suas vontades através da agressividade. “Essas pessoas vão cada vez mais achar que os outros só irão ouvi-las se elas forem agressivas e não saberão lidar com a frustração quando perceberem que isso não é verdade”, explica Raquel.
São pessoas que, de maneira geral, acharão que podem ter tudo e, por isso, terão prejuízos em termos de relacionamento, trabalho e em demais esferas da vida.
É normal que crianças sejam agressivas?
A psicóloga Raquel Benazzi explica que é normal que crianças pequenas, com idade entre 1 e 3 anos, apresentem algum sinal de agressividade. “Eles estão entendendo o que é a agressividade, quais são os seus limites, não é algo ruim”.
Esses comportamentos podem ocorrer contra os pais ou colegas na escolinha, por exemplo, com tapas, beliscões, mordidas e palavrões.
Como lidar com agressividade das crianças
Explicar que é errado
Caso a criança diga palavrões ou seja fisicamente agressiva, é importante que os pais não lidem com a situação dando risadas ou agindo com desdém. A criança precisa entender que a agressividade tem limites.

Entender a situação
Raquel Benazzi conta que os pais devem tentar entender por que a criança ficou agressiva. “É muito raro a criança ficar agressiva sem motivo nenhum”, explica a psicóloga. “Inicialmente é preciso pensar sobre qual foi o motivo da agressão e depois ajudar a criança e entendê-la.”
A especialista exemplifica com o caso de uma criança ciumenta pela chegada de um irmãozinho: “Os pais devem sentar e explicar a situação para a criança e podem utilizar livros e filmes para mostrar a relação de irmãos, por exemplo”.
Canalizar a energia
Caso a criança continue a mostrar agressividade, uma boa ideia é usar artimanhas para canalizar sua energia. Pode ser com atividades físicas ou até aulas de arte que funcionem como uma válvula de escape. “É o mesmo que fazemos enquanto adultos quando estamos estressados, mas a criança pequena não consegue ‘pedir’ isso aos pais, por isso cabe a eles fazerem essa ‘leitura’ de seus filhos”.
Buscar ajuda profissional
Raquel explica também que, caso a agressividade permaneça, os pais devem procurar ajuda de um profissional sem encarar essa atitude como uma “falha na criação dos filhos”. Um psicólogo pode ajudar a criança e também os pais a lidarem melhor com ela.

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