Sofia Santino descobriu que havia perdido o DIU depois de fazer uma ultrassonografia transvaginal
A influenciadora Sofia Santino “perdeu” o dispositivo intrauterino que havia colocado. “Eu não sei onde ele está, mas ele não está no meu útero”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.
O DIU é um método contraceptivo de alta efetividade. Nós conversamos com especialistas que afirmaram que ele é seguro. Casos como o de Sofia são raros de acontecer.
Como assim?
“Mesmo com uma colocação de DIU sem intercorrências, pode haver rejeição e o DIU ser expulso”, explicou a ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações em Ginecologia e Obstetrícia).
“Em uma situação regular, com sangramentos menstruais em quantidade normal, com uma inserção do DIU sem problemas, a chance de expulsão é baixa e as taxas variam, em média entre 2% a 5%.”
Já quando a pessoa tem muito sangramento no período menstrual, com coágulos, essa chance aumenta um pouco.
“Os estudos também mostram que a chance de expulsão é maior nos primeiros seis meses e é raro acontecer após o primeiro ano de uso.”
Risco de perfurar o útero
Nos conteúdos publicados por Sofia, a influenciadora contou que ouviu sobre casos em que o DIU perfurou o útero de pacientes.
Professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), José Maria Soares Júnior explica que a estrutura do DIU em si não tem o formato para perfurar, mas há riscos durante a colocação do método.
“[Também] há uma suspeita não confirmada na literatura de que poderia haver uma passagem relacionada com malformação uterina”, explicou o especialista.
Fora do útero, o DIU pode migrar para várias regiões do abdômen. De qualquer forma, a chance disso acontecer é muito rara.
Sintomas
Sangramento intenso e cólica são sinais que podem indicar que há algo de errado com o DIU, mas a verdade é que algumas pacientes não sentem nada de diferente.
Por isso, o recomendado é sempre manter o acompanhamento com o profissional que inseriu o método, especialmente no primeiro ano. Ilza sugere que o primeiro retorno deva ser feito de 30 a 40 dias depois da colocação do DIU.
No caso de Sofia, ela identificou a ausência do dispositivo depois de realizar um ultrassom transvaginal. Ela refez o exame e comprovou que ele não estava mais no útero.
Depois disso, fez um raio-x, que mostrou que o DIU também não está no abdômen.
Cuidados com o DIU
“De forma geral, o DIU é muito seguro desde que seja colocado por profissionais habilitados”, afirma José Maria.
Ilza lembra que, além de seguro, ele também é um método que não depende da lembrança da pessoa para ter efeito, como a pílula ou a camisinha.
Mas é importante escolher bem qual tipo de DIU será colocado. “Quem tem sangramento uterino anormal, endometriose ou tenha se submetido a cirurgia bariátrica, por exemplo, deveria escolher o DIU hormonal.”
Além disso, para quem tem o sangramento aumentado, recomenda-se que a colocação do dispositivo seja feita fora do período menstrual ou pelo menos no finalzinho da menstruação.
“Pessoas que usam coletores menstruais precisam também tomar cuidado para desfazer o vácuo antes de retirá-lo. De qualquer forma, o mais importante é o seguimento adequado”, completa Ilza.
