“Só vai brincar se comer tudo”: forçar criança a se alimentar pode causar problemas na vida adulta

“Criança que se recusa a comer” costuma ser um tema bastante frequente tanto em rodinhas de pais quanto em consultórios de pediatras e nutricionistas. Afinal, uma boa alimentação é peça-chave para a saúde e desenvolvimento infantil e é normal que mães e pais se angustiem com os filhos que não querem comer a quantidade (e qualidade) que deveriam.

Apesar disso, o alerta é também pensar a atitude diante desse tipo de situação. Segundo especialista, forçar os pequenos a comerem, ou mesmo chantageá-los, pode ser a raiz de sérios problemas futuros.

Por que não forçar a alimentação nas crianças?

Bebê recusando comida
Pelojum/IStock

Em primeira instância, a recusa alimentar infantil pode estar associada ao fato de a criança não gostar do sabor de alguns alimentos, não se interessar pelas cores do prato ou mesmo porque a refeição é servida em um momento em que ela não sente fome.

Em casos assim, é preciso observar antes de agir: exercite a criatividade junto aos pequenos na hora de provar alimentos novos, ofereça sabores mais adocicados e não permita que “belisquem” antes das refeições principais. Trata-se de estimular o interesse da criança pela comida, não de convencê-la pelo cansaço.

Desde a primeira infância, que se estende até os seis anos, ela deve aprender sozinha que o ato de comer é prazeroso. De acordo com a psicóloga Talitha Nobre, do Grupo Prontobaby, muitos dos distúrbios alimentares vistos em adolescentes e adultos, como anorexia e bulimia, têm origem na infância.

Criança se negando a comer vegetais
Pinstock/IStock

Por isso, tratar com calma, naturalidade e sem punições este período – em que é comum que ela prefira doce a salgado, já que é o que lembra leite materno – é um bom começo. “Quando a experiência da alimentação se torna dolorosa, a criança pode desenvolver uma má relação com a comida”, afirma a especialista.

Ao invés de qualquer tipo de tentativa de forçá-la, a psicóloga aconselha que os pais promovam um reflexo com base no próprio comportamento. “Não adianta oferecer uma coisa para a criança e comer outra. O exemplo é muito importante nesta fase da vida”, pontua.

Outro cuidado, segundo Thalita, é tornar o momento da refeição bastante tranquilo: “Nada de comer na frente da televisão, com o celular em mãos.”

Comportamento infantil