Bebê não para de chorar ao não ver a mãe? É a angústia de separação: saiba como lidar

Entenda como se preparar para auxiliar seu filho em uma fase importante de seu desenvolvimento

A relação entre mãe e bebê é muito intensa. Afinal, foram meses construindo um vínculo. Por isso, é normal que a ausência da figura materna em um ambiente, mesmo que por poucos minutos, cause um incômodo.

Conhecida como angústia de separação, essa reação é natural, esperada e até mesmo importante para o bebê. No entanto, ela pode durar um tempo considerável e se tornar uma preocupação. Saiba como lidar!

O que é angústia de separação?

(Crédito: freepik/freepik)

Segundo texto no site da dra. Ana Jannuzi, “a angústia da separação é um marco importante no desenvolvimento do bebê, pois é quando ele começa a perceber sua própria individualidade. De repente, ele entende que é um ser separado da mãe, e isso pode ser assustador.”

Normalmente, ela surge entre os 6 e os 8 meses de vida, quando o bebê passa a compreender que coisas e pessoas continuam existindo mesmo quando estão fora do seu campo de visão. A essa percepção damos o nome de “permanência do objeto” e ela costuma causar a angústia.

“É importante frisar que essa angústia não é apenas uma resposta emocional automática, mas faz parte do desenvolvimento cognitivo do bebê, indicando que ele está crescendo e se tornando mais consciente do mundo ao seu redor”, explica a especialista. Além disso, compreender que a mãe volta é o que ajuda a construir um senso de autonomia, fundamental para suas futuras interações e relacionamentos.

Sintomas

Embora o início dessa percepção aconteça entre os 6 e 8 meses, é entre os 12 e os 18 meses que a angústia de separação tende a ser mais intensa. Entre os sintomas mais comuns dessa fase estão:

  • Choro excessivo: acontece sempre que o bebê é separado da mãe ou de quem está acostumado. Pode ser intenso e persistente;
  • Apego exagerado: a criança pode se tornar mais dependente da mãe ou do cuidador. Com isso, ela passa a buscar por mais contato físico constante, como agarrar a roupa ou querer colo;
  • Reações de medo: a presença de estranhos ou de novas situações faz com que o bebê chore ou se esconda
  • Distúrbios no sono: a criança pode apresentar dificuldade para adormecer, acordar mais vezes durante a noite ou demonstrar ansiedade ao ver a mãe se afastando na hora de dormir; 
  • Comportamento regredido: em alguns casos, a criança pode voltar a apresentar comportamentos que já havia superado;
  • Mudanças no apetite: alguns podem comer menos, enquanto outros podem comer mais do que o habitual.

Como lidar?

Existem algumas estratégias para dar mais segurança ao bebê, segundo a médica. São elas:

  • criar uma rotina mais previsível e que transmita segurança;
  • quando precisar se despedir, opte por ser muito clara, breve e consistente. “Um abraço apertado, um sorriso e algumas palavras de encorajamento podem fazer maravilhas”;
  • converse com seu filho sobre a angústia de separação antes que ela apareça e mesmo que ele ainda não se comunique muito bem. “Use uma linguagem simples e acessível, explicando que você vai sair por um tempo e voltará em breve. Essa antecipação ajuda a reduzir a ansiedade”;
  • demonstre confiança em seu filho para superar essa fase;
  • incentive a independência do seu filho através de brincadeiras e estímulos para explorar espaços;
  • ao voltar, converse sobre o tempo que passou fora e pergunte sobre o que ele fez.

Essa fase costuma melhorar perto dos 2 e 3 anos. No entanto, em alguns casos, é importante o apoio de um pediatra ou psicólogo para lidar com a situação.

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