A violência na hora do parto, ou violência obstétrica, acontece com uma em cada quatro mulheres em todo o Brasil. E o problema existe também em outros países. Um caso recente, divulgado pelo site australiano Essential Baby, aconteceu em Wellington, capital da Austrália, onde um anestesista ignorou a dor que uma mulher disse estar sentindo durante sua cesárea.
Leia também:
Parto sem dor é possível? Médico explica
Violência obstétrica: saiba o que é e como denunciar
Atriz vítima de violência obstétrica relata momentos do parto: entenda o caso
Entenda o caso
A mulher relatou que sentia dores intensas e disse que parecia que suas costelas estavam sendo esmagadas. Suas pernas precisaram ser seguradas durante a cirurgia. Mas, mesmo com suas reclamações, o anestesista se recusou a administrar mais medicação e afirmou que ela não estava sentindo dor, apenas pressão. “Vai acabar logo”, disse.
Ela disse ainda que ele a assustou falando sobre riscos fatais da anestesia geral. “Minha dor era muito real e de um nível totalmente inaceitável durante uma cirurgia abdominal. Minimizar minhas queixas como ‘pressão’ é inaceitável”, afirmou.
Processo contra o médico
Segundo o resultado de uma audiência realizada por profissionais de saúde no Tribunal do país, o anestesista recebeu três acusações não ter conversado com a paciente sobre a sensação de dor, não ter aliviado essa dor e nem garantido alívio suficiente antes da operação, já que fez um teste com um cubo de gelo para saber se a mulher sentia a pele fria e, mesmo ela afirmando, ele seguiu com o procedimento cirúrgico.
O parecer diz que ele errou ao não oferecer os cuidados adequados para a mulher e demonstrou uma notável falta de empatia. Haverá uma próxima audiência e, se ele for considerado culpado, irá perder a licença e não poderá mais exercer a medicina.